domingo, 8 de novembro de 2015

Partilha de dinheiro na TV: estamos espanholizando nosso futebol?

Estamos caminhando para a espanholização do futebol nacional, modelo em que dois grandes clubes, Barcelona e Real Madrid, tiveram privilégio nas rendas de transmissão de jogos por TV, em relação aos demais?

Procurando responder à pergunta do parágrafo anterior, apresentamos abaixo, respectivamente, as rendas de TV obtidas pelos 12 principais clubes brasileiros em períodos anuais anteriores, desde 2009 (primeira tabela), os pesos de cada clube a cada ano no bolo total (segunda) e as variações do ano considerado até o ano de referência de 2009 (%, terceira), exceto para Internacional e Vasco:

Valores de 2009 a 2014 publicados no blog de Juca Kfouri (UOL).
Valores de 2016 publicados no blog do PVC (ex-ESPN).

Conforme se verifica, em 2016, Corinthians e Flamengo receberão perto do triplo de times como Fluminense e Botafogo, Atlético MG e  Cruzeiro, Internacional e Grêmio. A diferença entre os valores pode ser visualizada no gráfico a seguir, para 2016:
      
       

Além disso, Corinthians e Flamengo obtiveram, quando se compara 2016 a 2009, os maiores aumentos na renda de TV  (respectivamente 486,2% e 283,7%). Cruzeiro, Atlético MG e Grêmio tiveram os menores aumentos (98,7 para o primeiro e 117,4 para os dois últimos). O Fluminense ficou próximo de Atlético MG e Grêmio (118,2%).

A conclusão é que a tabela prevista para 2016 e que valerá também para os dois anos seguintes privilegia Corinthians e Flamengo, times que realmente têm as maiores torcidas do Brasil. Mas acreditamos que a diferença de rendas não deveria ser tão acachapante, o que, de fato, cria risco, se não de espanholização, no mínimo, de forte desequilíbrio no futebol nacional.

Leia também: Partilha de dinheiro na TV: Premier League x Brasileirão.

Bola Pensante

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