terça-feira, 25 de agosto de 2015

Inferno astral do bicampeão Cruzeiro não é inédito

Crédito: samuiblue

A situação do bicampeão Cruzeiro no Campeonato Brasileiro 2015 não é boa, mas, ao mesmo tempo, não é inédita. Outros times também passaram pelo nirvana, correspondente a vencer o torneio e, no ano seguinte, viver um inferno astral, convivendo de forma sofrida com a possibilidade de cair para a série B. Com 22 pontos em 20 rodadas, a Raposa ocupa a posição 15, a um ponto da temida zona de rebaixamento, e sua torcida se inquieta.

Em 2012, o Corinthians povoou a zona de rebaixamento oito vezes, no início do Brasileirão, quando o time concomitantemente disputava a Libertadores, terminando por sagrar-se campeão. Já em 2013, o Fluminense passou por algo similar, com as devidas diferenças. Iniciou mal o Campeonato e povoou a zona de rebaixamento em três momentos. O Tricolor foi salvo de ir à série B pela penalização da Portuguesa, que escalou o meia Héverton indevidamente, já que ele deveria ter cumprido suspensão por cartão amarelo: ao perder quatro pontos com o erro crasso, o time de São Paulo terminou rebaixado.

Por que o Cruzeiro está indo mal?

As razões são poucas e boas:

- A equipe bicampeã foi desmontada, começando por Alexandre Mattos, diretor de futebol (hoje no Palmeiras) e depois passando por Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas Silva e Egídio, todos perdidos para o futebol estrangeiro. Ribeiro joga nos Emirados Árabes, Goulart, na China, Lucas Silva, na Europa, e Egídio retornou da Ucrânia e está no Palmeiras. Outra figura importante para o Cruzeiro, Marcelo Moreno, terminou sendo devolvido ao Grêmio e hoje atua na China.

- A reposição dos atletas perdidos não foi eficaz. Os novos atletas aportados para suprir as ausências não recriaram um time competitivo. Apesar das contratações de De Arrascaeta, Leandro Damião e muitos outros - a maioria das quais, equivocada, diga-se de passagem -, o time dirigido pelo treinador bicampeão Marcelo Oliveira foi desclassificado na Libertadores jogando de forma bisonha e o técnico foi dispensado, atualmente comandando o Palmeiras (a nosso ver, uma dispensa muito mais política do que técnica).

- O novo técnico Vanderlei Luxemburgo, ex-Flamengo, apesar de comandar uma vitória contra o arquirrival Atlético MG por 3 a 1 no primeiro turno do Brasileirão, o que deixou a torcida eufórica (Marcelo Oliveira não venceu o Galo em jogos), não tem feito conduzido uma boa campanha. O Cruzeiro chegou, no máximo, à posição 10 mas nem ali se manteve. Terminou o primeiro turno na posição 14 e agora, na posição 15, luta para se manter na série A. A oportunidade de Libertadores em 2016 somente será viabilizada pela Copa do Brasil, o que não está fácil: nesta próxima quarta-feira (26), precisa vencer o segundo jogo das oitavas de finais contra o Palmeiras.

Desde 2011, Vanderlei Luxemburgo é o segundo pior  técnico do Cruzeiro em aproveitamento, conforme matéria do UOL, perdendo apenas para Émerson Ávila (43,7% do primeiro x 11,1% do segundo). Aliás, os melhores técnicos considerando essa variável foram Cuca, que atua na China, e Marcelo Oliveira, ora no Palmeiras (71,2% x 69,03%).

E agora? A nosso ver, se no jogo da próxima quarta-feira Luxemburgo não classificar o Cruzeiro para a próxima fase da Copa do Brasil 2015, e considerando a elevada rotatividade de técnicos no futebol nacional (em nossa cultura, "a culpa é sempre do  técnico"), um novo treinador poderá ser a saída. Estaremos errados? Ou a Raposa seguirá tentando com Luxemburgo?

Bola Pensante

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