Crédito: Feelart |
Quando José Maria Marin ainda era presidente da CBF - ele encontra-se preso, na Suiça, acusado de corrupção, podendo ser extraditado aos EUA - a Entidade argumentou junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que o modelo de comercialização dos direitos de televisão não mostrou causar impacto na competitividade do futebol.
Ainda que seja verdade a consideração acima, mesmo assim, a concentração de receitas de TV, a longo prazo, tem potencial, sim, para espanholizar o futebol nacional. E o que seria mesmo essa espanholização? Seria a concentração de mais verbas em dois times, como por exemplo, Barcelona e Real Madrid, de maneira que esses se tornem hegemônicos em relação aos demais.
A Folha de São Paulo, em excelente matéria sobre o assunto direitos de TV, demonstra como a concentração de recursos tem sido aumentada de 2009 para o presente e o futuro próximo. Exemplificando:
1) De 2009 a 2011, Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco receberam a mesma quantidade de recursos, igual a R$ 25 milhões. Os demais times pertencentes ao grupo dos 12 maiores do futebol nacional receberam R$ 16 milhões, com exceção do Santos, que recebeu R$ 18 milhões.
2) De 2012 a 2015, Flamengo e Corinthians dispararam, recebendo R$ 110 milhões, contra R$ 80 milhões repassados ao São Paulo, R$ 70 milhões ao Palmeiras e Vasco, R$ 60 milhões ao Santos e R$ 45 milhões aos demais grandes clubes.
3) Para 2016, Flamengo e Corinthians receberão R$ 170 milhões, São Paulo R$ 110 milhões, Palmeiras e Vasco R$ 100 milhões, Santos R$ 80 milhões e os demais grandes R$ 60 milhões.
Apesar do aumento de valores, a maior concentração tem potencial para espanholizar o futebol.
Sugerimos também a leitura do seguinte post:
- Partilha de dinheiro da TV: Premier League x Brasileirão
Bola Pensante
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