quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Democracia Corintiana é, sim, parte da história do Timão

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, depôs nesta quarta-feira (14) na CPI do Futebol, no Senado Federal, e afirmou que a Democracia Corintiana, movimento da década de 80 que questionou a hierarquia do Clube, não trouxe benefícios ao Corinthians. Não é possível concordar com ele ou não pelo menos totalmente.

Mesmo não tendo deixado um legado em termos administrativos, a Democracia Corintiana entrou, sim, para a história do Timão. Se por um lado, ela foi um experimento que sugere que a auto-gestão de um clube de futebol provavelmente não emplaca, a não ser por determinado período de tempo e dentro de certo contexto (e apenas tal consideração já tem valor científico!), por outro lado, ela merece uma reflexão profunda, à luz de princípios e práticas atualizadas de governança corporativa.

Um clube de futebol ou qualquer outra organização não precisa prescindir da hierarquia, presente na grande maioria das organizações, mas pode, sim, adotar princípios como transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, clássicos da moderna governança. Se isso já ocorresse, o futebol não teria os problemas de corrupção que tem, em âmbito global. E a Democracia Corintiana necessariamente teve um nível de equidade elevado, ao menos em relação aos públicos internos do Corinthians.

Finalizando, independentemente da governança e gestão, a Democracia Corintiana teve o seu papel em um contexto em que o Brasil não se encontrava, ainda, politicamente democratizado. Somente por esse ponto já mereceria entrar para a história do grande Corinthians.

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Bola Pensante

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