sexta-feira, 19 de junho de 2015

Neymar: das conquistas do Barcelona ao momento de stress

Crédito: samuiblue

Há cerca de duas semanas, precisamente no dia 6 de julho, o grande Barcelona, o melhor time do mundo da atualidade, vencia a Champions League. O jogador brasileiro Neymar se consagrava, em nível planetário, como um de seus principais atores, tendo feito vários gols, inclusive o último da partida Barcelona 3 x 1 Juventus. O atleta, que já vinha migrando do status de ótimo jogador para o de craque, se tornava, definitivamente, um dos principais do mundo.

Adiantemos o relógio do tempo para o momento presente. Qual é o resumo da ópera? Primeiramente, houve, nesta semana, a divulgação da notícia de que o craque e seu pai estão sendo processados na Espanha sob acusação de corrupção. A Justiça daquele País, onde Neymar trabalha, aceitou a denúncia da DIS, empresa de um grupo de investidores, a qual alega ter deixado de receber todo o dinheiro ao qual teria direito na transação de venda do jogador ao Barça. Segundo informa a mídia, além da uma indenização, Neymar, seu pai e outros réus envolvidos, incluindo executivos do time espanhol, podem ser condenados a pagarem indenizações e a receberem penas de prisão (4 a 6 anos).

Em segundo lugar, nesta última quarta-feira, 17 de junho, a Seleção do Brasil jogou pessimamente e perdeu por 1 a 0 o jogo contra a Colômbia, pela Copa América, no Chile. Tendo vencido a primeira partida do torneio contra a Seleção do Peru, a duras penas, por 2 a 1, com um gol e uma assistência de Neymar, a Seleção Canarinho sucumbiu ao jogo colombiano, reforçando, assim como ocorreu na Copa do Mundo 2014, a forte impressão de que tudo gira ao redor do atleta e que, sem ele, a equipe se desequilibra em campo. Felipão foi embora, Dunga chegou e tudo continua muito parecido, especialmente no futebol mediano e na dependência de Neymar.

Mas não parou por aí: com o emocional muito provavelmente alterado pelas notícias do seu processo na Espanha, Neymar brigou em campo, jogou a bola no jogador Armero e deu uma leve cabeçada em Jeison Murillo, tendo sido expulso (o jogador teria negado o impacto emocional sobre sua atuação em campo, mas é difícil acreditar nele). Hoje, após indecisão, a Conmebol, decidiu: Neymar está  fora da Copa das Confederações, em função do impedimento de jogar várias partidas. A CBF ainda pode recorrer dessa decisão, mas como não se espera mudança para os próximos jogos,  a Seleção comandada por Dunga terá que apresentar outro jogo em campo, se quiser passar à próxima fase, de mata-matas. Há pouco menos de um ano, na Copa do Mundo, sem Neymar, o Brasil vivenciou o vexame de uma derrota por 7 a 1 para a Alemanha.

Qual é a nossa opinião sobre tudo isso?

Não comentaremos a questão do processo judicial, partindo da premissa de que é preciso que ele corra para que se confirme o que houve. Sobre o futebol da Seleção, cremos que a agora é a hora da verdade para o técnico Dunga: o momento de ele desenhar outras estratégias de jogo de futebol na Seleção Brasileira, de maneira a performar bem sem Neymar e a levar o Brasil até o jogo final da Copa América. Acreditamos que se o Brasil não chegar à final, dificilmente o técnico se manterá, dada a visão de curto prazo sobre a qual várias vezes comentamos neste blog e a qual também acomete a CBF, especialmente na orientação do trabalho de Dunga.

Sobre Neymar especificamente, entendemos que ele tem razão quando diz que muitas vezes o perseguem ou mesmo caçam em campo e que vários árbitros não se incomodam com isso. Ao mesmo tempo, o descontrole emocional do craque deixa dúvida sobre sua liderança pelo exemplo, ao menos por enquanto. Não foi um bom comportamento e Neymar mostrou ser imaturo como profissional. Por outro lado, sem ter a obrigação de jogar, apenas observando os esforços de seus companheiros, o craque terá um momento de descanso. A pressão sobre ele, considerado o melhor da Seleção, em algum momento, deve se tornar opressiva, especialmente considerando sua juventude. Quanto aos demais atletas da Seleção, deles esperamos nada menos do que muita atitude.

Bola Pensante

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