sábado, 18 de abril de 2015

Nova administração da CBF: começo sob calor político?

Crédito: Stuart Miles
A iniciante administração de Marco Polo Del Nero, ex-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem vários problemas pela frente, que alguns chamariam de desafios, e outros, de abacaxis. Vejamos:

1) Del Nero enfrentará a Medida Provisória (MP) n. 671/2015 (19/03/2015), que possibilita o reescalonamento da dívidas ficais dos clubes de futebol, próximas de R$ 4 bilhões, em troca de diversas contrapartidas de governança e financeiras. Estará a CBF disposta a moralizar a governança dos Clubes? Os sinais nesse sentido são preocupantes. Em sua posse, Del Nero falou em inconstitucionalidade da MP, o que significa briga pela frente para manter o status quo, com o apoio da bancada da bola.


2) Apesar das oito vitórias da Seleção de Dunga em jogos amistosos, e do desejo da CBF de que os brasileiros esqueçam os fatos, a acachapante derrota de 7 a 1 da Seleção Brasileira para a Seleção da Alemanha está muito longe de ser superada, em todos os sentidos. A CBF não demonstra disposição de entender em profundidade as lições do vexame sob sua responsabilidade direta. A Seleção Brasileira não joga um primor, faz faltas demais, conforme o jogo, e tem apenas um jogador próximo do adjetivo craque: Neymar, cujo futebol tem evoluído bastante no Barcelona.

3) As Olímpiadas chegam em 2016 e a o Brasil nunca foi campeão um evento dessa natureza. As perspectivas, por ora, não são animadoras (ou seriam francamente desanimadoras?). A equipe ora comandada por Alexandre Gallo ainda não tem estatura para chegar ao podium olímpico. No último jogo contra a Seleção do México, chegou a ser vaiada pelos torcedores presentes ao estádio.

4) Algumas Federações Estaduais encontram-se na berlinda e em conflito com grandes clubes. Flamengo e Fluminense simplesmente romperam com a Federação Carioca. O Cruzeiro parece estar com as relações cortadas com a  Federação Mineira. O Atlético PR também tem problemas com a Federação Paranaense. O discurso dos times citados é estamos estudando a criação de uma liga; com a Federação, não dá mais para trabalhar.

5) Ainda sobre as Federações, Bernardo Itri, colunista da Folha de São Paulo, publicou matéria em que informa: as Federações Paranaense e Catarinense não se entendem. Na posse de Del Nero, o novo vice-presidente da CBF e presidente da Federação Catarinense, Delfim de Pádua Peixoto, fez um discurso apontando a si mesmo como representante da Região Sul. Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense, pediu a palavra e rebateu dizendo que o vice-presidente não representava o futebol paranaense, além de ser persona non grata no Paraná. O constrangimento foi geral (Peixoto teria feito campanha para Ricardo Gomyde, adversário de Cury).

6) Bernardo Itri, acima citado, também informa, em sua coluna, que o Corinthians foi o único membro da série A que não enviou representante à posse de Marco Polo Del Nero, tendo enviado um recado: o Clube será contra essa administração. Esse posicionamento seria liderado por Andres Sanchez, ex-presidente corintiano e inimigo de Del Nero.

7) Del Nero tem outro inimigo importante: o senador Romário, que além de o criticar fortemente, encaminhou ao Ministério Público ofício pedindo a investigação da compra de um apartamento de luxo feita pelo presidente da CBF.

Parece pouco? Sem falar em questões como melhorar o combalido futebol nacional, administrar a CBF, conduzir a Seleção Brasileira à classificação para a Copa da Rússia, em 2018, e muito mais. Marco Polo Del Nero, em sua posse, mencionou que fará uma administração moderna. Moderna? Ou política, com viés conservador, considerando as dificuldades anteriores?

Aguardemos os fatos.

Bola Pensante

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