quarta-feira, 4 de março de 2015

Mudanças de regras no jogo do futebol: queda de braço entre o bem e o mal?

Crédito: Stuart Miles
De um lado, há o Projeto de Lei 5201/13 sobre o chamado fairplay fiscal dos clubes de futebol, apoiado pela CBF e bancada da bola, constituída por políticos alinhados com a proposta. Do outro lado, a previsão de uma Medida Provisória (MP) do governo Dilma Roussef, que sairá nos próximos dias, mais dura com os clubes. Os políticos do Projeto citado pretendiam aprová-lo em regime de urgência nesta semana, mas recuaram.

O Projeto 5.201 refinancia dívidas dos clubes, mas requer a adoção de penalidades. Não foi por outra razão que a CBF anunciou na última segunda-feira a adoção de medida para penalizar clubes em débito trabalhista com jogadores, nos moldes do que se pratica no âmbito da Federação Paulista de Futebol (FPF). Pela regra, um dado jogador com proventos atrasados acusaria o fato e o clube respectivo, comprovada sua inadimplência, seria penalizado pela FPF com perda de pontos.

Quanto à MP do governo federal, segundo sinalizado por veículos e profissionais de mídia, esta poderá contemplar uma agência reguladora para os esportes, instrumento que já existe para outros setores econômicos do Brasil: energia elétrica, água, telecomunicações, saúde e outras. A nós parece uma ideia interessante, por que o tema esportes não tem sido tratado por aqui com a importância que tem, inclusive para a saúde das pessoas. E, vamos combinar, no caso específico do futebol, todas as oportunidades foram dadas para que os agentes do setor criassem uma boa auto-regulação. Criaram? Fortaleceram o nosso futebol? 

Qual é a nossa opinião? Regras mais duras e exequíveis para o futebol nacional sempre serão boa novidade. E a se confirmar a criação da agência reguladora para os esportes, além  de outras regras que melhorem a governança das instituições do futebol, não temos como deixar de torcer pela proposta governamental. Aliás, sua construção é muito mais democrática, por que envolveu várias rodadas de construção com um amplo leque de agentes, incluindo a CBF e políticos do Legislativo envolvidos nas discussões.

Retornando à pergunta inicial do post, a queda de braço entre o governo e a CBF/bancada da bola é mesmo uma disputa entre o bem e o mal? Não exageremos, mas a nós parece que a proposta governamental pode fazer muito bem ao futebol do BrasilQue venha o melhor para o futebol nacional e sua torcida - como é o nosso caso -, que não digeriu, conforme querem que assim seja, os 7 x 1 que a Seleção da Alemanha impôs à Seleção do Brasil na Copa do Mundo de 2014. E que lamenta que o nosso futebol, enfraquecido técnica e financeiramente, permita tanta expatriação de craques para outros países.

Bola Pensante

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