sábado, 17 de janeiro de 2015

Por que não o Bola de Ouro com votação sigilosa?

Crédito: Stuart Miles
São incontestáveis os méritos do jogador Cristiano Ronaldo, do técnico Joaquim Low e de outros agraciados pela Fifa na última escolha dos melhores do mundo de 2014; eles sem dúvida mereceram suas premiações pelo belo trabalho feito. Entretanto, há que reconhecer que a votação aberta e sujeita à exposição geral, pode inibir, em algum medida, a real opinião de parte dos membros do colégio eleitoral, capitães de equipes, técnicos e profissionais de mídia, especialmente nas duas primeiras categorias.

Essa afirmativa acima é até difícil de ser comprovada, mas pelo menos pode-se tecer algumas reflexões sobre a questão. A primeira é sobre o arrependimento declarado pelo centroavante Lewandowski, do Bayern de Munique, de ter dado seu voto aberto a Cristiano Ronaldo e, não, ao goleiro Neuer, do seu próprio time. É evidente que o jogador pode, realmente, ter mudado de opinião sobre quem seria o melhor do mundo, mas para outras pessoas, abre-se também a possibilidade de ele estar, de certa forma, se desculpando com o colega pelo não-voto. Somente Lewandowski para saber.

Consideremos também alguns exemplos de votos abaixo indicados (primeiras opções):

- Cristiano Ronaldo: Sérgio Ramos, companheiro do Real Madrid.

- Messi: Di Maria, companheiro da Seleção da Argentina.

- Neymar: Messi, companheiro do Barcelona.

- Joaquim Low: Neuer, goleiro da Seleção da Alemanha.

- Dunga: Neymar, jogador da Seleção Brasileira.

Esses votos não são interessantes?  Podem ter sido verdadeiros, sem dúvida, mas fica a dúvida. E há outros com essa característica: os votantes estão profissionalmente ligados aos votados.

Felizmente, o colégio eleitoral é mais amplo e os vencedores venceram e mereceram. Mas simplesmente não tem sentido voto aberto na escolha dos melhores do mundo. O escrutínio sigiloso muito provavelmente reduz a chance de votos determinados por essa característica tão humana, que é escolher pelo coração ou, em casos pontuais, pela conveniência. Se não reduzir, pelo menos evita constrangimentos e mágoas entre companheiros de equipe.

Bola Pensante

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